“Não tem que ter anistia, quem cometeu erro tem que pagar”, diz Gleisi sobre atos golpistas

O segundo dia do Fórum Social Mundial movimentou o auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (24). Membros de centrais sindicais, partidos de esquerda e movimentos sociais tomaram os assentos do auditório para prestigiar a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, em sua primeira visita a Porto Alegre após a vitória de Lula nas eleições do ano passado

Intitulado O Novo Brasil que Queremos Construir, o evento contou com a participação de diversas lideranças da esquerda do RS e do país. Além da líder petista, participaram os presidentes estaduais do PSB, Mario Bruck, do PC do B, Juliano Roso, da Rede Sustentabilidade, André Costa e do PV, Márcio Souza. Também participaram as deputadas estaduais Luciana Genro (PSOL) e Juliana Brizola (PDT), além das deputadas federais Daiana Santos (PC do B) e Reginete Bispo (PT). 

Ovacionada ao falar no microfone, Gleisi conversou com GZH sobre temas pulsantes no cenário nacional como as invasões e depredações às sedes dos três poderes em Brasília em 8 de janeiro e a tragédia humanitária dos povos yanomami, em Roraima.  

— Não tem que ter anistia. Quem cometeu erro tem que pagar dentro do devido processo legal, mas tem que responder pelos seus atos. É inadmissível que isso tenha acontecido — disse Gleisi sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. 

A petista também criticou a atuação do governo de Jair Bolsonaro no cuidado aos povos originários, mencionando a situação de emergência pública decretada pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira. Ela pontuou algumas das medidas que já vêm sendo adotadas para regularizar a situação. 

— Precisamos de políticas públicas efetivas voltadas à população indígena. A Força Nacional do SUS foi acionada, já foi enviada alimentação, já tem um acompanhamento político da situação. Mostra a tragédia que ficou o Brasil. Estamos falando dos yanomamis, ainda não sabemos o que está acontecendo com outros povos indígenas. É um verdadeiro genocídio o que vimos lá em Roraima. Junto com o genocídio que foi a covid, temos o genocídio da população indígena, isso mostra o total descompromisso do governo anterior em cuidar da população brasileira, dos que mais precisam — ressaltou a presidente do PT. 

Gleisi também comentou sobre os desafios do governo Lula para atuar junto a um Congresso com uma bancada amplamente conservadora pelos próximos quatro anos.  

— São duas frentes, uma em composição do Congresso Nacional, porque esse é um governo de coalisão, ou seja, já fizemos uma campanha com uma frente ampla, com mais de dez partidos. Após a eleição do presidente Lula, para aprovação da PEC que nós precisávamos, fizemos composição com outros partidos na Câmara. Hoje, temos 14 partidos na base do Governo. Isso é bastante importante até porque a nossa coligação não elegeu um número suficiente de deputados para governar sem fazer a coalisão — disse Gleisi. 

A petista afirmou, também, que o governo deve fortalecer as articulações junto aos movimentos sociais e ampliar a participação popular. Gleisi relembrou também o protagonismo do PT na construção dos pilares que originaram o Fórum Social Mundial. 

— Inaugurado pelo presidente Lula como um contraponto à linha neoliberal da economia, para mostrar que precisa contemplar o social, o desenvolvimento, a democracia, o Fórum Social Mundial cumpre um papel muito importante neste sentido. Acredito que daqui pra frente ele vai se fortalecer — finalizou a presidente petista.

Por GauchaZH

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