Lula: Acredito, como acredito em Deus, que as famílias voltarão a se reunir em paz

Lula aproveitou o recorde de audiência alcançado por sua entrevista no Flow Podcast, na noite desta terça-feira (18), para levar às brasileiras e aos brasileiros uma mensagem de paz e de confiança no futuro.

“Nós acabamos com a fome, e agora a fome voltou pior. Você vê a quantidade de gente dormindo na sarjeta, dá pena ver a quantidade de criança dormindo na calçada. Isso não pode acontecer no país que já foi a sexta economia do mundo. Nós vamos consertar esse país”, garantiu, enquanto era assistido por mais de 1 milhão de pessoas.

“Porque se não for para fazer isso, é melhor eu não ganhar. Porque eu acredito, como acredito em Deus, que a gente pode fazer as coisas acontecerem. As pessoas precisam voltar a sorrir neste país”, completou. E explicou por que fala tanto das pessoas reunidas no fim de semana para comer uma picanha. “É uma coisa fantástica para a sociedade brasileira voltar a se reunir no fim de semana para fazer uma festa em família, acabar com esse ódio, construir a paz.”

E acrescentou: “Eu voltei porque acredito que é possível melhorar a vida do povo brasileiro. Eu voltei porque quero cuidar da família. Eu prezo muito a família, a criação, a educação da mãe. Uma das coisas que eu adoro na Janjinha é que ela pedia a bênção para a mãe dela antes de dormir, todo dia, e pedia a bênção na hora que acordava. Acho isso bonito para caramba”.

Diálogo e todos votando

Para Lula, a sociedade brasileira precisa se unir. Só com conversa e a participação de todos, o país será reconstruído. E é isso que representa a união dele com Geraldo Alckmin.

“Eu acho que vamos pegar o Brasil numa situação pior do que peguei em 2003. E nós precisamos consertar esse país e conversar com muita gente, muito empresário, para que a gente coloque todo mundo para salvar o país. E o Alckmin tem condições de conversar com um grupo de pessoas com quem eu não consigo conversar. Ele veio para ajudar. Está fazendo um trabalho extraordinário e eu tenho certeza de que nós somos a dupla que vai recuperar este país para o povo brasileiro voltar a sorrir.”

Antes, no entanto, é preciso vencer as eleições. E, para isso, duas coisas são fundamentais: que ninguém deixe de votar e que todos ajudem a combater a rede de mentiras que o bolsonarismo espalha.

“O que eu quero é que as pessoas compareçam para votar. Quando eu vejo uma pessoa de 80 anos indo votar, é uma coisa muito legal. Porque acredita na democracia, acredita no voto, que pode melhorar. Você tem que ter esperança”, defendeu Lula.

Combate à mentira

Sobre as fake news, ele lembrou que Bolsonaro as tem usado como uma arma constante na campanha, inventando os maiores absurdos, como os de que Lula quer fechar igrejas evangélicas, que vai criar banheiros unissex nas escolas ou que é a favor do aborto.

“Tem coisa que eles falam que não tem cabimento. ‘Ah, o Lula vai fechar igreja.’ Fui eu, em 2003, que sancionei a lei de liberdade religiosa. Fui eu, em 2010, que criei a Marcha com Jesus. (…) E sou contra o aborto porque o aborto não é bom para ninguém. Sou contra o aborto pessoalmente, e quem tem que decidir se há aborto ou não é a lei, não é o presidente da República.” 

O ex-presidente lembrou ainda que, além de inventar e disparar fake news com uma poderosa redes de robôs, Bolsonaro também mente o tempo todo sobre seu governo.

Ele fica dizendo que a economia está bombando. Só se for no cartão corporativo dele”, denunciou. “O Bolsonaro funciona como se fosse um psicopata. Para ele, tudo pode ser transformado numa mentira. Ele mente, ele conta uma história, depois percebe que falou bobagem, tenta descontar aquela história.”

Sobre Bolsonaro tentar corrigir as coisas que falou, Lula lembrou o episódio em que o atual presidente disse ter “pintado um clima” com adolescentes venezuelanas de 14 anos. “O comportamento no caso das meninas da Venezuela é um comportamento de um pedófilo. E ele percebeu isso e, por isso, ficou apavorado.”

Salário igual às mulheres e oportunidade aos jovens

Após vencer as eleições, Lula promete voltar a proteger o meio ambiente e a cuidar de todos, especialmente dos mais pobres, que vão voltar ao orçamento por meio de programas como o Bolsa Família, o Empreende Brasil, o Minha Casa Minha Vida, a valorização do salário mínimo, o Fies e o Prouni. Este último, aliás, permitiu ao entrevistador, Igor Coelho, se formar em letras.

Lula defendeu ainda uma atualização das leis trabalhistas, que garantam direitos a todos os trabalhadores, inclusive os de aplicativo e prometeu regulamentar o salário igual para homens e mulheres com currículo igual e mesma função. E disse já estar discutindo um plano de investimentos na indústria da tecnologia. “Temos que nos preparar para isso.” 

Lula contou que realizou uma discussão em seu instituto de onde saíram algumas propostas para a indústria 4.0. Entre as medidas, estão a regulamentação da profissão de desenvolvedor, com criação de cursos técnicos e de ensino superior para esses profissionais; revisão da legislação de banda larga para extinguir o limite de consumo de dados e melhorar a velocidade da conexão; e incentivos fiscais para criar novas empresas do setor.

“Sacou? Sacou que estamos atinados a esses problemas porque é o novo mundo do trabalho?”, indagou Lula, que pretende reunir empresários e universidades para aprofundar as propostas. “Como é que a gente vai preparar a juventude se ela não tem possibilidade de estudar? Eu quero que a molecada estude engenharia, para ser todo mundo fazedor de software, que é assim que o Brasil vai crescer”, previu.

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