Começa nesta quinta-feira, 29, em Brasília, o XXVI Encontro do Foro de São Paulo, articulação internacionalista de partidos e movimentos políticos de esquerda de 27 países da América Latina e Caribe.
Sob o lema “Integração regional para avançar a soberania latino-americana e caribenha”, o evento, que vai até 2 de julho, será um espaço de intercâmbio e articulação das forças progressistas, democráticas e de esquerda para debater os desafios e os rumos do continente.
A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), lembra que esse será o primeiro encontro presencial desde a pandemia de covid-19. “O encontro ocorre num momento muito especial, de crescimento das lutas e retomada de governos que se preocupam com a pauta do povo, aqui no Brasil e em toda nossa região”, destacou, alertando sobre as fake news propagadas durante décadas sobre o evento.
“O Foro de São Paulo é alvo desde sempre de uma permanente campanha de desinformação movida por agentes da extrema direita e daqueles que se beneficiam da histórica desigualdade e injustiças em nossa região. Uma das maiores mentiras é que apoiamos grupos e insurreições armadas em qualquer país. É exatamente ao contrário, somos da paz, da democracia e da justiça”, frisou. “O Foro de São Paulo nunca foi uma organização secreta, essa é outra mentira. Lutamos contra a exclusão social, contra a exploração das pessoas, contra a fome e a pobreza. Defendemos o aprofundamento verdadeiro da democracia, com a participação cada vez mais efetiva da população nas decisões, maior igualdade social e o reconhecimento na prática da igualdade das mulheres, do povo negro, dos indígenas, da população LGBT, com deficiência, de todas as pessoas discriminadas na sociedade. Essa é a essência do Foro de São Paulo.”
Acompanhe o evento pelo site do Foro de São Paulo
Criado em 1990, o Foro de São Paulo recebeu esse nome em alusão à sede do seu primeiro encontro, realizado em 4 de julho daquele ano, na cidade de São Paulo.
Essa iniciativa tem como princípios a democracia e a autodeterminação dos povos, a integração regional e a soberania, a oposição ao imperialismo e a seu projeto neoliberal, além da unidade e solidariedade entre as forças de esquerda da região.
Veja os princípios do Foro de São Paulo
O evento em Brasília, sediado no Hotel San Marco, vai reunir lideranças partidárias, de movimentos sociais, sindicais e populares da América Latina, e terá como convidados lideranças da Europa, da Ásia, da África e da América do Norte.
O encontro acontecerá no momento em que está em curso uma mudança da correlação de forças na região, com vitórias eleitorais da esquerda em 10 países, a exemplo do Brasil, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Colômbia, da Bolívia e do Chile.
Veja o documento base do XXVI encontro
“A XXVI Reunião do Foro acontecerá em meio a um cenário complexo, de vitórias e também de muita luta dos povos da Nossa América”, diz o texto de convocação do evento.
E segue: “A necessidade de construir a integração de nossos países, proteger nossa natureza, povos e soberania, além de lutar contra os efeitos do neoliberalismo em nossa região, convoca forças progressistas, populares e de esquerda a se reunirem novamente para refletir e debater nossos desafios e direções”.
PROGRAMAÇÃO
Entre as atividades do evento, está previsto para o dia 29 o seminário intitulado “A integração regional latino-americana e caribenha e os desafios dos governos de esquerda e progressistas”. Haverá também uma homenagem a Marco Aurélio Garcia, ex-secretário de Relações Internacionais do PT e um dos fundadores do Foro de São Paulo. Ele faleceu em julho de 2017.
Veja a programação do encontro
Para os outros dias estão programados encontros de jovens e de mulheres, um debate sobre a situação do Brasil e as políticas do governo federal, um diálogo do Foro de São Paulo com as redes e plataformas de luta do movimento social e popular, debate com as escolas e fundações dos partidos e seminário sobre comunicação e redes sociais, entre outras atividades.
Assessoria com Agência PT