O escândalo da fraude da vacina, envolvendo Jair Bolsonaro e diversas pessoas ligadas a ele, repercutiu imensamente na internet e na imprensa de todo o mundo.
Análise da consultoria Quaest, divulgada pela Folha de S. Paulo, mostrou que a busca e apreensão na casa de Bolsonaro e a prisão preventiva de assessores dele tiveram repercussão inédita nas redes sociais, sendo o tema político mais comentado do ano no Brasil.
A operação da Polícia Federal havia acumulado 464 mil menções até as 16h de quarta-feira (3). Ao todo, as publicações tinham gerado 26,5 milhões de interações. E o “choro” de Bolsonaro numa entrevista não convenceu muita gente: 81% das menções foram críticas ao ex-capitão.
O levantamento levou em consideração postagens no Twitter, Instagram, Facebook e YouTube, além de sites de notícias. E mostrou que a repercussão foi maior até mesmo que o escândalo das joias que Bolsonaro tentou surrupiar e que o levaram a ser interrogado pela PF em abril.
New York Times: “Parece que chorou”
O escândalo também mereceu destaque na imprensa de todo o mundo. Não é para menos. A possibilidade de um presidente ter falsificado seu cartão de vacinação para poder visitar outros países é mesmo chocante.
O jornal The New York Times publicou matéria com o título Polícia do Brasil faz batida na casa de Bolsonaro em caso de cartões de vacinação falsos. A reportagem lembra que o ex-presidente sempre sabotou a vacinação e que viajou quatro vezes aos Estados Unidos durante a pandemia.
“Após a batida em sua casa, o sempre petulante Bolsonaro apareceu solene enquanto falava em um programa de televisão de extrema direita. (…) Em alguns momentos, ele pareceu chorar durante a entrevista”, afirma um trecho.
Já a matéria da agência Reuters afirma que a investigação “pode responder como Bolsonaro, um cético estridente do coronavírus, que jurou nunca ter sido vacinado contra a Covid, foi incluído como imunizado nos arquivos de saúde”.
Na Inglaterra, o site da BBC explicou que Bolsonaro é suspeito de fraudar seu registro de vacinação e lembrou que ele é “um oponente da vacinação contra a Covid que repetidamente espalhou informações falsas sobre a vacina e seus efeitos”.
A agência alemã DW lembrou que Bolsonaro passou meses nos Estados Unidos após perder as eleições para Lula e destacou que “durante a pandemia, ele duvidou da eficácia da vacina, chegando a relacioná-la com a Aids”. A matéria termina com a seguinte informação: “A taxa de mortes na pandemia do Brasil foi a segunda mais alta do mundo”.
Outro jornal europeu de renome, o espanhol El País também destacou que as suspeitas são de que Bolsonaro fraudou seu cartão para não perder a chance de viajar ao exterior e ressaltou que, embora não tenha prendido o ex-presidente, a Polícia Federal queria interrogá-lo.
Agência PT